Venha revisitar todas as obras literárias que indicamos na nossa revista
Resenha Literária
Edição N.º 24 - Janeiro de 2022
Não cansamos de dizer e de reforçar o quanto a nossa revista é parte de um trabalho colaborativo. Prova disso é a editoria Resenha Literária. Criada para você que gosta de literatura, ama ler ou adora escrever resenhas, esse foi um espaço que surgiu para conversarmos sobre obras incríveis e sobre como elas podem ser usadas na sala de aula.
A primeira obra que apresentamos foi o livro O Sofá Estampado de Lygia Bojunga. Sua resenha foi produzida pela professora de Língua Portuguesa Joycelaine Oliveira, que compartilha até uma experiência de mediação de leitura do livro com seu filho de seis anos. “É um texto com uma linguagem divertida, profunda, poética e de crítica social, que permite tanto a entrada da criança, como é capaz de despertar a meninice que mora em todo adulto”, conta ela.
No mês seguinte, chegou a vez da professora de Literatura e Língua Portuguesa Grasielly Lopes compartilhar uma leitura com a gente. A sugestão foi o livro Olhando para o outro lado de Júlio Emílio Braz, uma obra de 1989 que trata de temas sociais duros — que, infelizmente, ainda fazem parte da nossa realidade. “Propor a leitura de uma obra como essa para os jovens é um convite para discussões, posicionamento crítico e análise do quanto a literatura pode contribuir para a reflexão acerca de problemáticas atuais”, afirma.
Convidamos também o nosso parceiro professor Arnaldo Gomes, que também leciona a disciplina de Língua Portuguesa, para apresentar um livro. A obra escolhida foi o livro O avesso da pele de Jeferson Tenório, vencedor do prêmio Jabuti 2021. “O livro é um expoente para trabalhar uma educação antirracista, pois Jeferson Tenório quebra os estereótipos e seus personagens fogem do que seria esperado. É também um passo importante para conhecermos outros escritores negros como Itamar Vieira Junior, Carolina Maria de Jesus e tantos outros que deveriam estar sendo lidos em sala de aula”, diz o professor.
Nossa amiga Camila Castro, educadora e pesquisadora, nos apresentou a obra João por um fio, de Roger Mello. Esse livro é uma obra aberta e sem final definido. “A narrativa possui certo lirismo, próprio de uma cantiga de ninar que, combinada com as imagens, propõe um jogo, em que o leitor é convidado a ler o livro como um quebra-cabeça”, conta Camila.
Na sequência, chamamos o professor Gabriel Rodrigues para falar sobre Sírio Possenti, mestre e doutor em Linguística pela Unicamp, e a sua obra “Por que (não) ensinar gramática na escola”, que intriga os professores de Língua Portuguesa. “Pudemos perceber que algo que foi pensado sobre o ensino da língua materna ainda nos idos dos anos 1980 tem serventia e aplicabilidade nos tempos modernos da educação”, afirma ele.
Em setembro, a redação do Fique Bem começou a percorrer um caminho diferente: ao invés de convidar um professor para resenhar alguma obra, fomos às fontes primárias e conversamos com o próprio autor. O primeiro a nos dar entrevista foi o querido escrito guarani Olívio Jekupé. Propondo um olhar diferente daquele que nos foi ensinado nas escolas não-indígenas, ele publicou o livro “A Invasão”. Publicado em 2020, a obra busca apresentar ao leitor o olhar do indígena sobre o que muitos de nós chama de descobrimento do Brasil.
Além disso, você se lembra da Darcy Santos, que foi entrevistada pela editoria Fala, Mestre! em setembro? No auge da pandemia, Darcy dividiu a sua rotina entre o serviço como empregada doméstica e o trabalho de recolher e reciclar latinhas, com a intenção de publicar o seu primeiro livro. Essa história emocionante virou matéria de jornal, revista, TV… mas ela revelou à redação da revista Fique Bem que poucos veículos da imprensa deram atenção a sua obra. Logo, o livro resenhado em outubro foi “O lobo solitário”, obra de Darcy Santos.
Por fim, tivemos um outro papo com autora, dessa vez com Ana Lis Soares, sobre o seu livro “Domingo”. Na obra, a escritora mineira se inspira nos sentimentos e sensações desse dia da semana para tecer histórias de sete “personagens-ilhas”, cujas alegrias e tristezas vão costurando o enredo do romance. “Não há como fugir do domingo! É um dia de paradoxos: entediante e sufocante, delicioso e angustiante, começo e fim da semana…”, conta ela.
E aí, qual foi o seu livro favorito publicado aqui na revista Fique Bem em 2022? Conte para a gente nos comentários!