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Novo Ensino Médio: mais um desafio para a educação em 2022

Caneta Vermelha

Edição N.º 12 - Janeiro de 2022

Caneta Vermelha

Todo o professor sabe a importância e o peso de uma caneta vermelha. Há aqueles que fazem coleção de canetas vermelhas, de diferentes marcas. Há aqueles que se contentam com uma fiel e companheira caneta tradicional, sempre presente nos corujões de correção. Há ainda aqueles que evitem o vermelho, para endossar um tom de repressão aos estudantes. Contudo, em uma coisa todos concordam: é preciso firmeza, conhecimento e uma grande dose de empatia e responsabilidade ao empunhar uma caneta vermelha. Afinal, se algo precisa ser corrigido, melhorado, discutido, alertado, isso é registrado pelo professor — ao menos, tradicionalmente — por meio de uma caneta vermelha.

 

É por isso que a editoria Caneta Vermelha, aqui na Revista Fique Bem, será assim: nem sempre tratará de assuntos agradáveis, mas sempre trará pautas necessárias. E o assunto deste mês, o primeiro de 2022, não poderia ser outro se não a implementação do Novo Ensino Médio. Qual a sua opinião sobre o assunto, professor?


Vamos recapitular a pauta: em setembro de 2016, o governo federal — na época, encabeçado por Michel Temer — anunciou uma reforma no Ensino Médio. As medidas anunciadas foram convertidas na Lei 13.415/17, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O modelo propõe mudanças na carga horária e na organização curricular das escolas das redes de ensino públicas e privadas de todo o Brasil. E, pois bem, tais mudanças começam a valer a partir de 2022.


O maior impactado pelas alterações será o estudante. Contudo, é evidente que as mudanças no Ensino Médio vão afetar diretamente a vida profissional de muitos professores brasileiros. Além da mudança curricular — a BNCC, formada por conteúdos das disciplinas obrigatórias e tradicionais do Ensino Médio, fará parte de apenas 60% das matérias estudadas em sala de aula — , haverá um aumento considerável da carga horária dos estudantes em sala de aula. Logo, um proporcional aumento na carga horária de trabalho dos professores. A reforma prevê aumento de 800 para mil horas anuais. Também é preciso lembrar que a reforma do Ensino Médio abre a possibilidade para aulas a distância, sendo que até 30% das aulas poderão ser nessa modalidade. 


Implementar o Novo Ensino Médio não será uma tarefa simples e, em 2022, dado que ainda estamos enfrentando uma pandemia, o desafio será maior ainda. É dado que uma reforma no Ensino Médio se faz necessária há muitos anos e é demandada por educadores. O que questionamos aqui é se essa mudança, da forma como está sendo proposta, contemplará os direitos trabalhistas dos professores e não prejudicará estudantes no momento do vestibular, por excesso de tecnicismo — ou em seu desenvolvimento pessoal, no que não se refere ao mercado de trabalho. É importante apontar aqui que o itinerário formativo técnico-profissional do Novo Ensino Médio poderá ser ofertado, inclusive, por meio de parcerias entre o setor público e o privado. 


Enfim, as transformações na estrutura do Ensino Médio, de acordo com o governo federal, têm o objetivo de incentivar o papel protagonista dos estudantes e pode, sim, ser uma maneira inovadora de valorizar as aptidões desses jovens, assim como os seus interesses. Com organização e diálogo, as mudanças podem resultar em uma revolução na educação. Mas queremos saber de vocês, professores: o que você acha sobre a implementação do Novo Ensino Médio em 2022? Diga nos comentários e vamos conversar sobre o assunto no decorrer do ano.


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