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Conheça uma das educadoras que idealizou um curso de Pedagogia Bilíngue

Fofoca Pedagógica

Edição N.º 22 - Novembro de 2022

Se você é um leitor assíduo da revista Fique Bem, você já sabe que esse espaço é para aquele papo de corredor na sala dos professores. Aqui trazemos assuntos que podem interessar aos nossos colegas, entretê-los ou ainda fazê-los refletir entre uma aula e outra. Não é por menos que já trouxemos aqui um papo sobre a xenofobia nos prêmios de educação, uma conversa sobre encontrar alunos durante as férias, uma reflexão sobre a educação para indígenas, uma discussão sobre a professora que estava no BBB, a história de um professor que levou uma turma inteira pra praia…

Hoje, queremos falar sobre a primeira licenciatura que vem caracterizada como um curso de Pedagogia Bilíngue. Oferecido pelo Instituto Federal de Goiás (IFG), o curso procura formar profissionais aptos a trabalhar em modelo bilíngue, que contemple tanto alunos surdos, quanto alunos ouvintes. O curso é dado de forma presencial no turno noturno, e aos sábados pela manhã.

Conversamos com uma das educadoras idealizadoras do curso, a professora Waléria Batista da Silva Vaz Mendes. Segundo ela, a instrução dos professores neste curso acontece de forma bilíngue. Nem todos os docentes do curso são fluentes em língua de sinais, mas, diante disso, as aulas são acompanhadas pela presença de um intérprete.

“Sou casada com um surdo e sou formada em Pedagogia e Letras-Libras. Todos os meus estudos, em mestrado e doutorado, foram em relação à educação de surdos. Toda a minha formação foi pra isso”, afirma. “Tenho certeza que essas questões pessoais e a questão formativa fizeram muita diferença, mas eu não construi nada sozinha: foi mesmo um trabalho em equipe. Tanto nas questões nacionais e no âmbito local. Hoje, o nosso curso tem uma diversidade muito grande na formação, professores de diferentes áreas atuando juntos”, conta Waléria.

O curso é aberto para qualquer pessoa que tenha terminado o ensino médio e que tenha interesse na área da educação, unida à área das linguagens. A primeira turma do curso entrou em 2015, e os primeiros formandos saíram da licenciatura em 2018. Desde então, já se formaram diversos professores bilíngues, nas turmas de 2018, 2019, 2020 e 2021.

“A gente tem profissionais ali no curso que não têm essa formação específica na área da educação de surdos. Então, o professor que entra ali entra com o desafio de entender o espaço em que ele está”, afirma a professora. “O desafio é esse: eu tenho que trazer os meus colegas para entender onde eles estão, porque existe esse curso. Não é só uma demanda que surgiu do nada. É uma comunidade inteira que, por muitos anos, sofreu no processo educacional, teve um processo de ensino-aprendizagem deficitário, e tem uma grande dificuldade em entrar no mercado de trabalho. Tudo porque não existiu um profissional, por exemplo, lá na educação infantil, no fundamental, que pudesse pensar a educação para surdos e atender as suas particularidades”, conclui.

E aí, professor? Sabia dessa fofoca? Aproveite e conte para os seus colegas.


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