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Sobre valores inegociáveis: até onde você aceita ceder?

Fofoca Pedagógica

Edição N.º 18 - Julho de 2022

Conheço um professor que pediu para não ser identificado e que aguardou, com muito sofrimento, o início das férias escolares para começar um tratamento psicológico focado em amenizar graves sintomas de burnout — o chamado esgotamento profissional. 

Obviamente, torço pela sua recuperação e, de coração, espero que ele não abandone esse tratamento assim que as férias terminarem. Afinal, é com o retorno das aulas em agosto que ele precisará de ainda mais apoio emocional e, talvez, necessite prolongar seu afastamento da escola. 

Conversar com esse professor me fez refletir sobre quais são os meus valores inegociáveis. O que me faria pedir o afastamento do meu trabalho? O que me faria repensar as minhas escolhas profissionais? Afinal, você já parou para refletir o que te faz ter orgulho da sua profissão e do que você não abre mão na sua vida? Até onde você aceita ir para atingir seus objetivos — pessoais ou profissionais?

Todos nós temos crenças e valores individuais, que são moldados pela nossa criação, pelas nossas relações e pela nossa visão de mundo. É importante termos consciência dessas crenças e valores para entender se, de fato, estamos agindo e tomando decisões na vida que vão de acordo com o que acreditamos. 

Na vida profissional, inclusive no trabalho com a educação, somos constantemente instigados a rever essas crenças e valores, muitas vezes nos adaptando aos valores de uma instituição, em troca do nosso sustento de cada dia. Muitas pessoas, inclusive, renunciam à própria saúde, ao convívio com familiares, ao lazer e ao descanso para suprir os valores que já nem são mais os valores delas. Entende como é importante esse trabalho de reflexão e autoconhecimento?

Uma pergunta importante a se fazer é a seguinte: se o seu dia tivesse mais duas horas de duração, o que você faria nesse período? Muitas pessoas podem responder que trabalhariam ainda mais, mas outras certamente responderiam que passariam mais tempo com a própria família, fariam um curso, descansariam, dormiriam mais. O importante aqui é refletir se o que você faria nessas horas extras não é justamente tão alinhado às suas crenças e valores que, na verdade, deveria ser priorizado atualmente na sua vida —  mesmo sem que essas duas horas extras existam. 

Que, nessas férias, você descanse de fato — leia o texto da nossa Hora do Café sobre a importância do descanso — e reflita a respeito das suas escolhas. Que o mês de agosto seja um mês mais alinhado com o que você acredita. E que você fique bem! Conte com a gente para o que precisar. 

REVISTA

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