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O segredo para fazer estudantes refletirem sobre seus comportamentos dentro e fora da escola

Habilidades Socioemocionais

Edição N.º 26, Março de 2023

Você acredita que os seus alunos agem de forma diferente quando você - ou outra pessoa que possa ser vista com uma certa autoridade - está por perto? A forma como os estudantes da sua turma tratam uns aos outros na escola reflete o que eles fazem dentro de casa? A gente sabe que, muitas vezes, as crianças são mais tímidas na escola. Outras, podem até assumir um comportamento mais agressivo quando estão rodeadas por colegas. E, se você é um educador curioso, deve se perguntar: como elas agem quando estão sozinhas?


“A cereja do bolo foi quando o meu aluno, de repente, parou e me falou assim: ‘Professora de deus! Não adianta fazer as coisas boas só porque alguém pediu, né? A gente tem que sentir’. Aquilo, pra mim, me fez ganhar o ano inteirinho”. A fala é de Letícia Gimenes Brandão, professora de São Simão, município localizado na região de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo. Letícia foi aluna do SEE Learning no ano passado e aplica em sala de aula os aprendizados que teve no decorrer do curso.





O SEE Learning (do inglês, Social, Emotional and Ethical Learning) é um curso de aprendizagem para corações e mentes. Aplicado no Brasil pela ONG Gaia+, mesma instituição que está por trás do Fique Bem, trata-se de um programa internacional desenhado para fomentar a aprendizagem social, emocional e ética em todos os níveis da educação básica. O curso é elaborado pelo Centro de Ciência Contemplativa e Ética Baseada em Compaixão da Emory University, em parceria com o Dalai Lama, e é focado em levar compaixão para dentro da sala de aula.


“Pra mim, foi tão bom esse curso! Em todos os sentidos, né? Primeiro, porque me ensinou a cuidar de mim mesma, coisa tão difícil e desafiadora. Segundo, que a gente realmente colocou a mão na massa. Ano passado, eu trabalhei com o segundo ano do fundamental 1. Desde o início, tivemos revelações”, conta a professora.


“Por exemplo, uma criança me falou que não gostava de um ambiente legal, de gratidão e de gentileza. Segundo ela, se ela fosse assim na casa dela, ninguém iria ouvir o que ela tinha a dizer. A criança me disse que, na casa dela, ela precisava gritar, brigar e bater, para que alguém pudesse enxergá-la”, compartilha Letícia. “Depois de um tempo, eu percebi que, dentro da sala de aula, aquele menino era diferente. Eu fui questionar, só eu e ele, e ele me disse que, aqui na escola, ele conseguia ser diferente. Mas disse que, na casa dele, isso não iria funcionar”, revela. 





Uma experiência nova e encantadora a cada ano


De acordo com Letícia, no decorrer das atividades, as crianças se engajam e logo conseguem entender as propostas. “Esse ano, estou com a turma do primeiro ano e já comecei a aplicar o currículo. Mais uma vez, tem sido encantador! É impressionante como a mesma atividade gera diferentes sentimentos com uma nova turma”, comenta. 


“Eu sempre tenho esses momentos de ‘nossa que legal!’. Isso pra mim é diário com os meus alunos”, completa. “Meu alunos se tornaram multiplicadores de atitudes empáticas. Então, eu só tenho a agradecer pelos conhecimentos adquiridos e pelas oportunidades deliciosas de atividades em conjunto”, conclui Letícia.



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