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Meditação para crianças transforma sala de aula

Corações e Mentes em Ação

Edição N.º 13 - Fevereiro de 2022

Você já tentou meditar? A meditação apresenta diversos benefícios para a saúde, ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse, melhora a pressão arterial, aumenta a concentração e nos orienta a ter a atenção plena no presente. A prática, que é um exercício mental, funciona como todos os demais exercícios: melhora conforme o costume. Agora, se meditar pode ser difícil para os adultos, imagine para as crianças? A meditação infantil, segundo a ciência, traz diversos benefícios para uma sala de aula, mas será que é possível meditar com crianças pequenas? A resposta é sim!

“A gente fica achando que os pequenos não tem muita noção sobre esse assunto, né? Mas têm. Quando eu comecei com eles, eles falaram comigo: ‘Ah, para meditar, você põe as perninhas cruzadas e faz auuuuuumm’. Eles falaram de colocar a mãozinha pra cima, eu perguntei o motivo, e alguns respondiam, outros diziam que não sabiam. Eles falaram que era para deixar o pensamento vir, eles tinham já uma bagagem e foi divertido, bem legal. Começamos a fazer isso todos os dias, quando a gente voltava do recreio”, relata a professora Stela Regina, que trabalha com crianças dos anos iniciais do ensino fundamental em Minas Gerais.

 

A meditação infantil afeta diretamente o desenvolvimento de uma sala de aula. Crianças que meditam apresentam melhora no comportamento, incluindo autocontrole e respeito pelos outros, menor ansiedade e maior concentração na escola. Além disso, têm menor tendência de desenvolver ideias suicidas ou pensamentos de automutilação, e há evidências científicas que comprovam a superação da negatividade e de sintomas depressivos por meio da prática. Adotar a meditação em sala de aula, para Stela, foi natural.

 

“Eu sempre tive o costume de, quando voltávamos do recreio, eu apagava a luz, colocava uma música gostosa e a gente descansava um pouco, fechava os olhos. Então, quando comecei o curso, a gente começou a fazer essa meditação. Foi tão gostoso com a turminha que, quando eles chegavam do recreio, já tinha um que dizia ‘Professora, eu já estou sentado para a meditação’. Criou um clima gostoso, sabe? Foi bem interessante de fazer e o retorno foi muito, muito gostoso”, lembra a professora.

 

O curso sobre o qual Stela fala é o Aprendizagem para Corações e Mentes, um curso do SEE Learning — um programa internacional desenhado para fomentar a aprendizagem social, emocional e ética em todos os níveis da educação básica, elaborado pelo Centro de Ciência Contemplativa e Ética Baseada em Compaixão da Emory University. Focado em levar compaixão para dentro da sala de aula, o curso está com as inscrições abertas para a próxima turma, que começa em março.

 

“Eu comecei o curso e fiquei maravilhada. Ele fez bem para mim e para a minha turminha também. Quando eu comecei a fazer o curso, eu me identifiquei muito. Inclusive, pelo que eu estava passando na minha vida pessoal —  comecei o período de pandemia em uma fase ruim, e fazer esse curso foi um presente para mim. Me encontrei lá dentro”, lembra a professora. “E foi tão bom para mim que eu quis expandir, e aí fui trabalhar com os meninos mesmo. A minha turminha sempre foi muito receptiva. Eu estava com uma turminha de 2º ano e a gente começou no presencial no meio do ano, daí eu comecei a fazer a meditação com eles”, explica.

 

“Outra coisa, que tem tudo a ver com o curso e eu sempre tive o costume de fazer com a turma, é conversar sobre os fatos ocorridos na sala. Sentar em rodinha e falar sobre as ações acontecidas na sala, sobre o que estava acontecendo e sobre o outro. Sempre funcionou”, ressalta. “Eu falo para eles: a gente só vira uma turma, quando a gente começa a pensar na gente e cuidar do outro. E a gente só cuida do outro quando conversa sobre as coisas que estão acontecendo. Então, a gente tem que bater um papo toda a vez que alguma coisa estiver incomodando, quando quiser contar uma coisa legal. Por isso, eu sempre promovi esse momento, de roda de conversa”, conclui.

 

E você, professor? Já trabalhou alguma dessas práticas da aprendizagem com os estudantes? A experiência vale para todas as idades e o aprendizado social, emocional e ético podem te ajudar a criar uma sala de aula compassiva. Com certeza, você e seus alunos vão amar!

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