Como usar a ludicidade e transformar brincadeira em aprendizado?
Inteligência lúdica na sala de aula
Edição N.º 19 - Agosto de 2022
Você acredita naquela ideia de que “brincadeira tem hora”? A verdade é que — seja na sala de aula, no café com os amigos, naquele momento de assistir uma série ou no parquinho — são as brincadeiras e os momentos de diversão que nos marcam de uma maneira positiva e nos ajudam a criar boas lembranças. Tente lembrar de um bom momento da sua infância e, muito provavelmente, a ludicidade estará presente.
No entanto, quando falamos em sala de aula, por mais que a gente queira impactar positivamente os nossos alunos e a gente tenha o objetivo de aplicar uma aula memorável, muitos de nós temem a abordagem lúdica. Ou seja, têm medo de transformar a aula em algo divertido, com a ajuda da brincadeira.
Pensando nisso, chamamos o nosso querido Wellington Nogueira, ator, palhaço e empreendedor social, para aplicar o curso Inteligência lúdica na sala de aula, mais um curso do projeto Fique Bem. Criador da Doutores da Alegria, Wellington contou para a nossa redação que tem lembranças dos professores bons e dos professores ruins que teve durante a sua vida. E afirma que, entre um trauma e uma inspiração, deseja ajudar a desenvolver professores que gerem a segunda opção.
“Eu tenho lembrança tanto dos professores que me marcaram por serem uma porcaria (risos)… inseguros, carrascos, que queriam o controle, essa coisa toda; quanto dos bons professores que me influenciaram. É preciso erradicar esse professor carrasco porque ele pode traumatizar pessoas. Em compensação, quando eu fui professor, eu peguei emprestado coisas que eu vi com os meus professores, que eu gostava, que dava certo em sala de aula. Professores que me inspiraram a ter tesão pelas matérias”, afirma. “Um bom professor é um marco para sempre”, enfatiza ele.
Para Wellington, a mensagem principal no seu curso é a da horizontalidade das relações entre professores e alunos. “Foi muito importante compartilhar algo com os professores que, desde a minha primeira aula como professor, eu usei e deu resultado: essa questão da ludicidade, do humor, de brincar de igual pra igual”, afirma ele.
“Pra mim, o mais importante nesse curso foi trazer esse conceito do professor e do aluno olharem olho no olho, sem separação, sem distanciamento do professor lá em cima e o aluno aqui embaixo”, ressalta. “A palavra ‘aluno’ vem do latim, e quer dizer ‘sem luz’, porque é o professor que traz a luz a ele. Mas eu acho que, hoje, as coisas são mútuas. Um traz a luz pro outro”.
Ansioso pela recepção dos professores ao seu curso, Wellington brinca que se sente como um ator na véspera de uma estreia e “não vê a hora de ouvir o que eu vai receber de volta dos professores” que assistirem ao seu curso. “Espero que eu consiga inspirar as pessoas a ficar mais à vontade por serem elas mesmas e isso fazer com que se crie um espírito gostoso de conforto e de confiança em sala de aula”, afirma.
“Acredito que o elemento principal que um professor precisa desenvolver com a classe é essa conexão que gera confiança e que faz com que eu, naturalmente, me motive a ouvir o que aquele ser humano tem pra falar. Então, eu espero que as pessoas usem mais a ludicidade em sala de aula para ensinar, para tirar dificuldades do caminho”, argumenta. “Espero ajudar a criar esses espaços gostosos de aprofundamento da confiança, na relação professor-aluno, e o professor se sentir seguro para cocriar encontros inesquecíveis com os estudantes”, conclui.
>> Veja aqui como se inscrever no curso Inteligência lúdica na sala de aula, com Wellington Nogueira.